Erro no. 3: Ameaçar, ameaçar, ameaçar e…não cumprir

Você já passou pela situação de ter de chamar a atenção de um aluno “indefinidamente” e ele nem dar a mínima para você ? Com certeza, nessa situação você chamou a atenção uma vez, depois duas, depois três e……nada do aluno fazer o que você pedia.

Na verdade demorei muito para aprender que, ao dar vários “avisos” eu estava, dando ao aluno um passe livre para que ele continuasse a fazer o errado.

Você já deve, também ter ouvido a seguinte pérola do aluno: “ não adianta mandar bilhete não, porque minha mãe não vai fazer nada comigo “.

No meu primeiro ano de magistério, lá estava eu ávida para aplicar tudo o que havia aprendido na Faculdade. Agora era a hora de colocar em prática tudo o que os teóricos e especialistas diziam que era apropriado para disciplinar os alunos mais afoitos.

Então o que eu fazia quando os ânimos começavam a ficar inflamados e a sala a sair do controle era pegar o giz de escrever e anotar no quadro o nome de quem estava bagunçando. Como segundo aviso, caso o aluno continuasse bagunçando , (claro que eles continuavam), eu fazia o quê? Uma MARCA ao lado do nome dele que já estava no quadro. E como terceiro aviso, caso ele ainda persistisse na bagunça (eles sempre persistiam), eu sempre encontrava uma outra mega maneira que não levava a nada.

Como eu logo descobri, esse “sistema” não funcionaria nunca. Quem iria intimidar-se com o nome no quadro ? Ou com uma marca ao lado do nome ? O aluno sempre esperava que eu fornecesse uma conseqüência , e na verdade o que eu dava para ele era um “ passe livre” para continuar bagunçando.

No final da aula, além de eu ter uma folha toda decorada e marcada com vários nomes eu ainda continuava com uma sala de aula toda desgovernada. Moral da estória: eu estava longe de saber o que devia fazer.

Depois de muito observar, tentar, testar, insistir, retroceder depois voltar, analisar os teóricos e os especialistas, constatei que não existe uma receita que se aplique a toda as situações. Cada indivíduo e cada situação, são únicos e, portanto exigirão soluções específicas.

Infelizmente, há muitos Educadores ávidos de soluções prontas, ficam eternamente em busca do “ Santo Graal da Sala de Aula” e se frustram dizendo que a teoria, que cursos, que idéias, que sugestões, nada funcionam.

O fato é que, TUDO contribui para criarmos o nosso próprio sistema de gerenciamento da sala de aula no que diz respeito a criar as conseqüências, as regras, o manejo da turma, a preparação das aulas, a seleção das estratégias e atividades.

Seja lá qual for a conseqüência que você tenha definido para inibir o comportamento desrespeitoso de um aluno, seja tirá-lo da sala de aula, seja fazê-lo apresentar um resumo da lição para todos da sala no intuíto de verificar o entendimento, seja chamar os Pais, acionar a Coordenação, fazê-lo copiar 100 vezes no caderno “ não farei mais isso” (ainda tem Professor que pede isso), o segredo é: aplicar a consequência IMEDIATAMENTE.

Isso mesmo, sem dar aviso, sem dar dica, sem ficar adulando ou ameaçando. A eficácia de qualquer sistema de gerenciamento da sala de aula envolve a seguinte premissa: cumpra, imediatamente, o que foi combinado. Nada de julgamentos, bate-boca, justificativas. Seja certeiro e cumpra a sentença.

Aqui vai um alerta: você não dará o aviso porque todas as consequências e regras já foram COMBINADAS. No início do ano é de praxe definirmos a “Constituição da Sala” ou “Combinados da Classe”, onde todos já sabem o que acontecerá em cada situação, ou regra que for infringida. Antes de aplicar a consequência o Professor sempre fará referência aos ” Combinados” (deixe as consequências por escrito sempre à mostra na sala de aula). Outro modo de aplicar a consequência é sempre antes perguntar para a classe o que foi combinado para aquela situação, deste modo o aluno a ser disciplinado tira o foco do Professor e se concentra na reparação do erro.

Faça a seguinte conta: Em uma sala com 30 alunos, cada um tem direito a receber até 3 avisos antes que o Professor tome alguma providência teremos então 90 momentos de bagunça até que o aluno receba a devida conseqüência pelos seus atos. Então a saída é: não dar aviso NENHUM.

Errado: “ Átila, fique quieto. Se eu tiver que ir até a sua carteira, você já sabe o que vou fazer, blá, blá, blá “

Correto: “ Átila, você está atrapalhando a sala de aula. Você ficará 15 minutos após a aula para finalizar suas tarefas”

Talvez a sua pergunta seja: “ A estória terminaria aí ” ? Provavelmente não. No entanto ao cessar em dar tantos avisos, ou de ficar ameaçando e não fazendo nada, o Professor estará contribuindo para criar uma atmosfera de paz.

Se você já desenvolveu ou está desenvolvendo um sistema de gerenciamento de sala, compartilhe no nosso blog. Trocar experiências com outros colegas pode fornecer excelentes idéias e estratégias.

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Roseli Brito: Pedagoga, Psicopedagoga, Neuroeducadora, Educadora Financeira

81 Comentários

  • cris

    trabalho com turmas de seto ano em média 40 alunos em cada sala tenho 6 turmas desas!!! um grande problema que vejo na escola pública é a falta de pessoal próprio para fazer orientação escolar…dizem não coloquem aluno fora de sala…mas a gente se sente esgotado pq nada dá certo! muitos alunos não se preocupam em tirar notas baixas, perder ponto…nada disso adianta,
    ano passado a gente fez uma lista de alguns alunos que não deveriam ter a matrícula renovada…mas a secretaria renovou tudo de novo!!! a gente não pode fazer nada!!! A escola inventa mil regras mas não faz um trabalho efetivo de exigir o cumprimento delas..falta gente para uma escola com 22 salas de aula funcionando, 3 turnos no total de 2.500 alunos e apenas 4 pessoas na gestão!!! É IMPOSSÍVEL TRABALHAR ASS

  • Rosana Rodrigues

    Concordo Roseli, precisamos ter equilíbrio e bom senso para conseguir dominar a sala, e a postura do educador é fundamental, se damos um aviso e não é cumprido temos que tomar atitudes imediatamente, para não cair no esquecimento, e não perdemos a autoridade diante da classe, eles ficam nos testando até ver onde vai os nossos limites de tolerância.

  • CLEONICE

    Estou muito contente em poder participar deste estudo, está sendo de grande proveito para mim, passei também para minhas amigas que acredito estão gostando também muito, obrigada!

  • CLEONICE

    O educador deve sempre analizar e repensar sua postura enquanto educador e buscar sempre estar fazendo uma auto – avaliação de sua prática.

  • CLEONICE

    Realmente o professor que faz promessas e não cumpre acaba perdendo a autonomia de sala de aula e o aluno repete frequentemente os mesmos erros.

  • Alvimar barreto

    Alvimar Barreto
    27 de outubro de 2011

    Como é gratificante essa troca de experiência, ser professor atualmente é desgastante, é estressante. Mas me sinto como um protetor, o salvador dos rejeitados. O salvador porque mesmo contra todas as barreiras é falando de amor, de solidariedade, das injustiças, das classes sociais, que temos a esperança dos poucos que nos houvem, levar consigo a palavra educação e mudar o seu semelhante, aqueles que estiverem em sua volta.
    Às vezes me sinto impotente com a indisciplina na sala de aula, mais fico refletindo e penso. São seres humanos e, se nós educadores desanimarmos, o que será deles. Neste momento é olhar para cima, pedir a proteção divina e impor as nossas decisões e as nossas regras na sala de aula. Só seremos respeitados se cumprimos o que determinamos e o que tem que ser feito.

  • Altina Ferreira

    Olá,

    Valeu as dicas, pois, também já tentei de várias ameaças conclui que não obtive bons resultados, percebi que temos mesmos é cumprir com o combinado, então providenciarei para que seja cumprido mesmo de agora em diante.

  • Nelma

    Cara Roseli, gosto muito de suas dicas.
    Estou penalizada com a situação da professora Eliana, isso é muito desestimulante para o professor. Espero que essa situação se resolva logo.
    Abraços,
    Nelma Machado

  • Elcí Ferreira

    Olá, Roseli!

    Eu sou Elcí Oliveira, professora há 18 anos, da Rede Estadual da Bahia.
    Temos passado por muitos problemas em sala de aula, porém este ano tem sido muito difícil para todos nós, pois temos alunos de uma instituição que é a proprietária do prédio da escola a qual trabalho, porém mantida pelo Estado.
    O meu problema é um pouco parecido com o de Eliana. Temos alunos da instituição que são enviados para a mesma, pelas autoridades competentes. São alunos irreverentes, que desconhecem limites de qualquer natureza. Apesar dos combinados que fazemos em sala, muitos deles não obedecem. Um deles desafia a todos, inclusive a diretora. ( Não fica na sala de aula por muito tempo, quer entrar e sair a todo momento, bate e ofende os colegas com palavrões, vai a outra salas ameaça professores, riscando até atividades do quadro.)
    Eu trabalho por área específica junto com uma outra colega. Não sabemos mais o que fazer, já tentamos conversar várias vezes com o aluno amigavelmente, já conversamos com os pais das crianças da comunidade local, ( para que entendam e nos ajudem na compreensão do problema), relatoriamos o problema para a escola e para a instituição, e até agora nenhuma providência foi tomada. O que ouvimos sempre é que não há mais o que fazer. Vale lembrar que o aluno parece ter algum tipo de distúrbio neurológico (segundo a instituição), porém ele não tem distúrbio de aprendizagem, sou psicopedagoga e nunca detectei nenhum tipo de deficiência nessa área.
    Nos oriente o que devemos fazer nesse caso.

    Agradece,

    Elcí Oliveira.

  • Maria Nilza Silva

    Bom dia,
    Amados, esta em sala de aula em que os alunos não obedece ao professor, é muito frustrante, porém, descobrir que fazer –lhos, refletirem sobre quem serão em um futuro bem próximo tem ajudado bastante, uma vez que sou professora social, contadora de historia em resgate a infância, e professora da rede particular. Mostro ao meu aluno de escola publica que o seu concorrente esta ali ao lado e tem a mesma professora. Porém a vaga dele esta garantida no mercado de trabalho. Eles pagam e pagam caro por um produto que eles têm de graça. Por incrível que pareça tem dado super certo. Explico que para você ser bom em alguma coisa é necessário muito treino e para ser bom leitor tem que ler bastante, escritor, escrever bastante e muitas vezes. Um texto é lido na sala mais de cinco vezes, pois todos querem oportunidade.
    Esta façanha adquirir depois de contar minha historia como negra descendente direta de escravo alforriado, filha de uma mulher analfabeta, que colocava todos dez filhos em frente a ela todos os dias, para fazer aquilo que ela não sabia. LER. Deu super certo para ela e não seria diferente com eles cujos pais não eram analfabetos. Sucesso para mim. E estou sempre convidada por colegas, para uma fala com alunos de outra classe ou ate mesmo de outra escola. ALUNO DEVE TER O QUE NECESSITA E NÃO O QUE QUER. DISCIPLINA. Não sou sargentão temos muitos e bons momentos lúdicos, em que o momento do lazer acontece com filmes, historia, roda de conversa etc.
    O quadro de talento tem ganho adeptos e temos colocado com marco para o limite e respeito mutuo.

  • Telma Campello

    Concordo com a fala de que cada aluno é uma situação única e reage diferentemente a cada ação. O professor que tem a sensibilidade de saber agir no ponto fraco daquele determinado aluno está no caminho certo. Mas o principal é ter as regras de convivência bem claras, escritas, assinadas e a vista de todos na sala de aula. O meu lema é “Não cumpriu seus deveres, perde seus direitos.” E pronto! Diante disso, realmente não precisa de avisos pra aplicar sanções (sempre muito leves, porque decididamente o professor não pode aplicar mais nada ou será ele o punido!)

  • Edvaldo

    Bom dia!!!
    Concordo em partes com a atitude de aplicar a “punição” ao aluno sem prévio aviso, porém vivemos em uma atmosfera educacional com muitos direitos reservados aos alunos, e o que impera na esfera publica estadual e a política de pão e circo, como poderíamos, por exemplo fazer um aluno permanecer após a aula, por exemplo em um esquema de grade horária de 6 aulas diárias, e tem mais, as famílias (grande maioria) estão completamente desestruturadas e os alunos (grande parte) não tem um espelho de conduta com compromissos, pra piorar recebemos goela abaixo alunos de instituições como Fundação Casa, que espalham o terror e “catequizam” outros alunos, e estes nem tem medo de punições.
    Quero deixar claro que gosto muito deste site e destas dicas, porém neste caso acabei mais é desabafando, mas não podia deixar de citar, quem sabe acharemos uma solução, para este tipo de problema, que com certeza não é minha exclusividade.
    Grande abraço

  • Eziquel de Lima

    Bom dia
    Obrigado pelas dicas. No colégio onde trabalho a culpa sempre é do professor pela indisciplina do aluno. O meu maior erro deve ser até agora o de ameaçar determinadas punições e não cumprir. Procurarei fazer nova tentativa. Sérá que não tem problema começar (ou recomeçar) no final do ano letivo?
    abs
    Eziquel

  • Rose

    Bom dia! Obrigada pelas dicas.
    Costumo às vezes, fazer o seguinte, em 1 caso de indisciplina: pego a caderneta, digo q vou tirar pontos de quem está bagunçando, encaro bem nos olhos o aluno indisciplinado, e faço de conta q estou tirando pontos mesmo, isso muitas vezes dá certo.
    Um abraço e obrigada por este blog existir,
    RoseDownload: eType1.com/f.php?F5U6rQ

  • Ezilda Molina

    Cara Jacira (26/10), há alunos e alunos. Há alunos que não se intimidam com suspensão de forma alguma. Ao contrário, como em casa também não tem limites, é isso mesmo que ele busca – ser suspenso.
    Nós temos realidades diferentes em região, em cidade, em cada comunidade e dentro da própria sala de aula. Cada aluno tem sua realidade; seu ponto de vista sobre a vida naquele momento,mesmo com todas as suas limitações. Ele sabe o que não quer para ele, mas não sabe como administrar suas atitudes para atrair para si as coisas boas.
    Não somos psicólogos (muitos não o somos)e não estamos habilitados para lidar com situações que não são de nosso conhecimento como: que bagagem esse aluno traz de casa? E os demais? Como que se administra 30, 40 “cabecinhas” ao mesmo tempo, sabendo-se que cada um tem uma perspectiva de vida diferente, que os pais não sabem lidar com isso, ele próprio não sabe lidar com isso e nós, os professores, limitados como somos e preocupados em cumprir o currículo, também não damos conta.
    Daí, como lidar com essas situações mesmo que tenhamos um ano para tentar?

  • MARSI MENEZES

    OI BOA NOITE!!!!ROSELI

    SUAS SUGESTÕES TEM ME AJUDADO MUITO,JA ESTOU VENDO MELHORAS.OBRIGADA…
    DEUS TE ABENÇÕE.

  • anderson

    Roseli.
    Sou professor de inglês e ensino para crianças de 7 aos 14 anos.Não tem sido fácil lidar com alguns alunos.Muitos deles tem me tirado o sossego,não tenho conseguido dar aula.a comportamento tem sido horrível,eles não me respeitam mais.por favor me ajudem!

  • Oberdan

    Olá, pessoal.

    Quero apresentar uma experiência simples, porém, significativa que tive com as dicas apresentadas neste site.
    Como professor, as informações adquiridas estão me ajudando bastante, pois, muitas vezes, apresentam ângulos de vista diferentes e enriquecedores.
    Como pai, havia sido chamado à escola 03 vezes por conta do meu filho. Dentre os comentários, ouvi de uma das professoras que não sabia mais o que fazer.Eu me senti de mãos atadas. Mas, numa noite, tive a brilhante ideia de levar vários textos deste site e apresentei à coordenação pedagógica e aos professores. Apresentei o e-mail. E não deu outra. Meu filho está sempre sendo convidados às atividades, gosta mais da escola os professores

  • isas brito

    professora boa noite!
    acredito que possa dar certo em alguns casos especificos, porem, acredito que necessario dar credito ao pensamento do aluno com relaçao ao horario de saida.
    pois se o aluno notar que ficando até mais tarde para fazer suas tarefas ira atrapalhar a saida de outros alunos com relaçao ao carro e assuntos afins, será necessario um plano B. nao acha?

  • Sonia Lima

    Novo comentário

    Com certeza Ana Nilce, já ouvi isso de uma mãe preocupada com o andamento da classe da filha, onde por causa de alguns “bagunceiros” o professor não conseguia dar um andamento mais rápido nos assuntos e já conversei com o Coordenador do Ensino Médio sobre isso.

    Não só os que causam problemas tem de ter a atenção dos professores com certeza, acredito que os que tem mais facilidade devam ser alçados a monitores e aí o ditado do Confúcio que eu acabei complementando se faz real:

    Quando ouço, lembro
    Quando vejo, memorizo
    Quando faço, aprendo

    e Quando ensino, realmente internalizo o conhecimento.

    Abraços

    Sonia T. Yamashita de Campos Lima

    ETEC de SUZANO

  • Sonia Lima

    Com certeza Ana Nilce, já ouvi isso de uma mãe preocupada com o andamento da classe da filha, onde por causa de alguns “bagunceiros” o professor não conseguia dar um andamento mais rápido nos assuntos e já conversei com o Coordenador do Ensino Médio sobre isso.

    Não só os que causam problemas tem de ter a atenção dos professores com certeza, acredito que os que tem mais facilidade devam ser alçados a monitores e aí o ditado do Confúcio que eu acabei complementando se faz real:

    Quando ouço, lembro
    Quando vejo, memorizo
    Quando faço, aprendo

    e Quando ensino, realmente internalizo o conhecimento.

    Abraços

    Sonia T. Yamashita de Campos Lima

    ETEC de SUZANO

  • Sonia Lima

    Com certeza Ana Nilce, já ouvi isso de uma mãe preocupada com o andamento da classe da filha, onde por causa de alguns “bagunceiros” o professor não conseguia dar um andamento mais rápido nos assuntos e já conversei com o Coordenador do Ensino Médio sobre isso.

    Não só os que causam problems tem de ter a atenção dos professores com certeza, acredito que os que tem mais facilidade devam ser alçados a monitores e aí o ditado do Confúcio que eu acabei complementando se faz real:

    Quando ouço, lembro
    Quando vejo, memorizo
    Quando faço, aprendo

    e Quando ensino, realmente internalizo o conhecimento.

    Abraços

    Sonia T. Yamashita de Campos Lima

    ETEC de SUZANO

  • Sonia Lima

    Como fazer os alunos entenderem que é necessário, respeito, educação, disciplina para que possam galgar novos patamares?

    Vejo que o exemplo é o melhor caminho.

    Sabemos claramente que a grande maioria dos jovens atualmente não tem alguém para se espelhar, um exemplo vivo, alguém que eles possam confiar e “dialogar” sobre os mais diversos assuntos.

    A Escola da Ponte de Portugal tem um trabalho excelente com jovens que logo no início da escola, eram considerados problemas em outras escolas e lá chegando tiveram todo um trabalho diferenciado que deu resultado e acredito que deveríamos estudar um pouco mais o que acontece por lá.

    A Profa. Eliana e acredito muitas outras passam por isso e penso que deveríamos ver o que esses jovens buscam. Gilberto Dimenstein fala daquele espaço ou espaços que ele criou para comunidade de jovens, com grafitagem e outras atividades de interesse.

    Como professora de Educação Física, sei que o esporte resgata muitos jovens pois para se conseguir alguma melhoria técnica, há necessidade de disciplina e a ONG “Gol de Letra” do Raí é um exemplo disso.

    Na ETEC de SUZANO onde estou como diretora, mesmo sendo uma Escola Técnica, mesmo tendo um Vestibulinho, ainda encontramos alguns jovens que não tem uma preocupação com o todo, acreditam que indo bem nas aulas, não há problema algum o comportamento, as atitudes tomadas nos mais diferentes espaços da escola.

    Sendo assim, atualmente estamos notificando os alunos toda vez que eles infringem o Regimento Escolar do Centro Paula Souza ou o Manual do Aluno, entregue sempre na primeira semana de aula; conversando com os professores chegamos a conclusão que toda vez que eles atingirem três notificações no bimestre, notificações estas que de vez em quando o professor acabava não tendo ciência até então, agora antes das menções serem fechadas, os professores receberão um quadro com todas as notificações recebidas por aluno, fazendo com que o aluno tenha como menção máxima não mais o MB (Muito Bom) mas sim só o B (Bom).

    Como começamos com isso agora, já vimos que algumas mudanças estão acontecendo, mas somente no fechamento das menções em dezembro é que teremos certeza.

    Com certeza essa troca de informações poderá nos ajudar a ver algumas soluções para problemas comuns.

    Abraços

    Sonia T. Yamashita de Campos Lima

    ETEC de SUZANO

  • edneise

    Caramba eu ainda não sei quem inventou está teoria, mas que com certeza da certo. Tenho posto em prática e estou abalando as crianças mim obedecem mais e até tem medo de ficar sem o recreio. Valeu

  • Ana Nilce

    Boa noite.Concordo quando se diz que devemos seguir as regras.Em cada sala de aula de 3 a 5 alunos que são indisciplinados ,acho também que caso é um caso e tem uma maneira de ser tratado.Minha preocupação é que estamos tomando uma grande parte do nosso tempo com alunos desinteressados dando-lhes muitas chances e privando os bons da nossa atenção.A nossa colega Eliane uma mensagem de esperança “o eterno sonho de todo Professor é entrar na sala de aula e encontrar todos os alunos dispostos a estudar,interessados,motivados e ávidos por aprender,um dia tudo vai mudar.

  • Monalisa

    Adoro suas dicas e fico feliz em saber que são compartilhadas com muitos profissionais da área. Mas gostaria de deixar meu comentário sobre esse assunto.
    O que acredito é o seguinte: alunos com problemas sempre teremos, estamos trabalhando com seres humanos, seres eternamente insatisfeitos com o que tem. Então, o melhor é termos sabedoria na resolução de cada caso.
    Um abraço.
    Monalisa

  • Marcos Antônio Matos

    Roseli, suas considerações a respeito do tema são muito importantes, eu mesmo já desisti de ficar falando o tempo todo com aluno em sala de aula, achei por bem definir com a turma formas alternativas de avaliação qualitativa através de pontuação pela forma de participação do educando nas atividades de sala. Acredito que só bilhetes, retirad para fora de sala não resolve. Claro que os pais tem aí, um papel importante na complementãção de ações que visem a melhoria de seus filhos no desempenho escolar como um todo.Temos que estabelecer certos limites, e definí-los participativamente com a turma, no diálogo acredito no sucesso, pois o mundo fora da escola parece cada vez mais atrativo do que nossa tradicional(?) escola.! Abraço!

  • Sayonara

    com certeza ameaças não chegaremos a lugar nenhum o correto é fazer com os limetes sejam colocados com clareza a todos.

  • Claudia

    Boa noite!
    Em primeiro lugar quero agradecer pelas preciosas dicas!Gostaria de compatilhar o momento indisciplina que estou passando em sala.É a primeira vez que estou passando por esssa situação.Estou usando algumas estratégias do curso, como elaborar regras da sala de aula, só que tenho notado as seguintes atitudes:Eles começam a fazer tudo que eu coloquei nas regras que não é para fazer!Quando tiro de sala, levo para coordenação, chamo os pais, eles passam um tempo calmos mas voltam de novo a fazer as mesmas coisas e eu não uso as mesmas atitudes, não faço nada, continuo a aula, e eles ficam falando que eu não faço nada,ou então ficam olhando para mim esperando se eu vou tomar alguma atitude.Mas percebo que eles querem é sair da sala.Já fui chamada atenção da coordenação dizendo que não dá para ficar tirando aluno de sala porque eles ficam atrapalhando as outras aulas!Será que eu estou sendo muito impulsiva?
    Obrigada desde já pela ajuda!
    Cláudia

  • Inah Castro

    Gostei muito de ler esses depoimentos. A prof. Eliana citou casos interessantes de alunos de idade avançada em classe,e o total desinteresse desses alunos que so estão em sala de aula devido as exigências do Judicial. Escola virou o que???O prejuízo é enorme p/os que querem realmente estudar.

  • Irdeonio Rocha

    Olá, grande parte do que já vivi em sala, levou-me a refletir esse tipo de situação, e uma eu constatei, que não adianta chamar a Coordenação e/ou Direção para intervir, você mesmo é quem deve tomar as decisões.

  • Maria Helena

    Roseli,
    Suas contribuições tem sido muito proveitosas em minha escola.
    Obrigado!!

  • Adriana Vieira da Silva

    Olá pessoal, eu também já sofri muito com indisciplina, mas com anos de sala de aula aprendi que não há receita mesmo, em cada turma devemos agir de formas diferentes, mas há uma atitude que tem funcionado muito, falo baixo, com firmeza, olhando no olho do aluno que me desafia, até que ele entenda que eu administro a sala, e não ele. Não atendo nenhum aluno que se dirija a mim gritando. No começo é difícil, mas depois os resultados colhidos são excelentes.Consegui PAZ e HARMONIA em minhas aulas. Tenho fama de brava, mas meus alunos demonstram me adorar. Em nossa sala há regra pra tudo, e ninguém poderá desrespeitá-las sem que seja punido.O rendimento das aulas tem sido bem produtivo.

  • Rosemeyre

    Estou amando essa ajuda, já senti diferença na sala de aula.

  • Edvânia

    Olá Roseli.
    Adoro suas liçoes, vendo a resposta que vc enviou ao cometário da Eliana quanto aos alunos indisciplinados para pedir ajuda ao Conselho Tutelar, já vi casos que o Conselho insinuou que a professora era quem estava falando mau do aluno, porque em outra escola ele tinha o comportamento diferente, e quando ele passou a estudar em uma escola de tempo integral mudou totalmente, e como ele era muito agressivo tanto como com os colegas achamos melhor pedir apoio e foi uma negação a atitude do conselho, foi então que em uma conversa ele falou que não queria estudar o dia todo,resultado a família pediu transferência do mesmo para a escola onde ele já estudava antes.

  • Jackson

    Devemos sim, ter um conjunto de regras que devem ser colocadas desde o 1º dia de aula. O diálogo entre professor e aluno deve sempre estar presente para fortalecer a relação aluno/professor. O que acontece que a maioria dos nossos colegas,nem sempre estar preparado para falar de assuntos como : ética, valores, orientação familiar, direitos e deveres de cada um.Muitas vezes a diferenciação é tamanha entre a turma que temos, que deixar nossos conteúdos de lado para estar ensinando outros valores.

  • Andréia

    Procuro ser muito firme ao lidar com meus alunos. Se eu prometo eu cumpro. Quando às vezes me esqueço de fazer isso e dou chances aos alunos, percebo que começo a perder o controle da classe novamente. Como é difícil nosso papel, porque não é sempre que estamos dispostos a encarar uma sala de aula lotada e indisciplinada.

    Valeu pelas dicas!

  • Janaina

    Roseli,

    muito obrigada por comentar minha mensagem tão prontamente.

    Entendo que esteja implícito no texto acima que as regras e rotinas tenham de ter sido estabelecidas anteriormente a ação disciplinar, porem concordo com alguns autores que defendem a ideia de que e necessário tempo e espaço para que o aluno possa ‘parar, refletir e modificar o comportamento’. Afinal, em ultima instancia, este seria o resultado desejado: que o aluno se auto gerencie e repare o comportamento inapropriado, fazendo escolhas mais razoáveis. As regras são importantes, e não creio que devemos supor que os alunos saibam exatamente como se comportar só porque estas estão expostas num cartaz na parede, ou mesmo que estejam conscientes o tempo todo das regras de conduta que regem a sala-de-aula: temos que dar a eles a chance de retificar a conduta (ou corremos o risco de ficar com mais de meia duzia de alunos ao final da aula, por quinze minutos).

    Onde você diz, na mensagem acima:’Outra forma é o Professor, antes de aplicar a consequência, perguntar para a turma, qual é a regra da sala para aquela determinada questão.’ acredito que a regra necessita ser relembrada e reafirmada apenas ao aluno (ou alunos) que estão a infringi-las , reforçando o comportamento positivo daqueles que encontram-se fazendo o que foi solicitado… você concorda? As correntes dominantes de pensamento defendem ( e tenho a impressão de ter lido um e-mail seu a respeito) que é perigoso envolver a turma toda nas questões disciplinares, pois acaba por frustrar aqueles que estão se esforçando para fazer as atividades e manter um comportamento exemplar.

    Muito obrigada por permitir-nos a a livre expressão através deste espaço para comentários.Espero não estar causando problemas ao usar o espaço cedido para discussões.

    Um abraço.

  • luciane

    Tenho feito muito isto de falar e aluno não está nem ai, mudei claro que cada caso é um caso a parte, mas tenho feito mais cobrança em relação as explicações, e atividade proposta, se não participa fica dificil comprreender os conteudos, assim tenho falado com mais paciencia o qual tem ajudado manter o controle de sala de aula.

  • Maria Aparecida

    Muito obrigada por você dispensar o seu tempo em nos “iluminar” nas nossas atitudes em sala de aula. Com certeza são de grande valor!

  • Cida

    Olá Roseli.
    Amei as dicas e, apesar de minha turminha ser de 2º período, estou aplicando as dicas e já constatei melhoras.
    Muito obrigada. Vc é mil!!!
    Bjs.

  • Ana Maria

    Olá Roseli ! Essa dica chegou no momento certo. Já estava desanimada com a situação da minha sala. Tomara que funcione. Obrigado.

  • vanilda Arantes

    Obrigada pelas sugestões, mas tem aluno que ja tentei de tudo, portanto falta limite e apoio da família, porque educação vem de casa.Gostaria de algumas dinãmicas para amenizar a indisciplina.
    Obrigada. Vanilda.

  • Rodrigo Vargas

    Prof. Eliana Silva.
    Tivemos em nossa escola (pública) algo parecido, a turma tinha até apelido “Carandiru” rs. Os professores reuniram – se e decidiram conversar com a turma em conjunto, mas não na sala de aula, e sim num jantar(churrasco) com jogo de futebol, no qual os times eram formados por professores e alunos (misturados). Enquanto uns jogavam bola, outros professores e alunos iam conversando.
    A turma melhorou muito depois deste “mini evento”, o convívio foi ficando cada vez mais tranquilo, até que eles se formaram…
    Não sei se esse exemplo caberia em sua realidade, mas vale a tentativa.
    Abraços.

  • Eliana Silva

    Boa tarde Roseli,
    Então gostaria de agradecer por todas as suas dicas, são de grande ajuda para mim, pois através delas é que vejo que tudo que acontece comigo, não é só comigo e sim com todos, “talvez”.
    Mais estou extremamente desolada, pois em meu primeiro trabalho como professora de geografia, tenho que encarar duas vezes por semana duas classes de projeto “PAV” são alunos fora da idade escolar tipo “atrasados”, rapazes grandes, moças, enfim no 9º ano e 7ºano.
    Então ele não tem como trabalhar devidamente um livro didático, segue um planejamento todo estruturado com anotações e textos, não tem criatividade, não gostam de fazer as atividades propostas, peço para fazerem ilustração, fazem de qualquer jeito, (desculpa a palavras não me parecem normais). Rasgam livros quando pegam emprestados na biblioteca dizendo que não estão nem ai, que o livro é do governo dão risadas e jogam às vezes pelos ares (o livro não é de minha disciplina tipo da aula anterior), eu nem pego conheço eles, fico brava mais não adianta, explico mais sem sucesso outra aula começa tudo de novo.
    Já tentei de tudo como filmes, datas-show, bingo geográfico, caça-palavras. As provas são daquele jeito fácil, tipo não tem que estudar nada, já que não pode ser reprovado, “todo jeito a nota tem de aparecer”.
    Então até entendo que não tem como ser igual ao ensino regular, só que eles são adolescentes (rapazes grandes diria assim), falam palavrão, de drogas, sexo, horrores que jamais pensei ouvir, pelo menos em sala de aula, enfim são alunos que vão para a escola a mando da justiça (promotor e conselho tutelar).
    Se a gente tomar uma medida dessas como “agir por para fora”, não sei se a expressão está certa, quando eles começam desrespeitar a mim e aos demais colegas, ou quando saem da sala de aula sem falar e voltam novamente, entra e sai bem à hora que quer essa é essa a verdade se falar são agressivos gritam sobem nas mesas, batem, vai para a janela mexer com os outros.
    Enfim já presenciei que não é somente comigo, ou seja, em minha aula com os outros professores também são vistos como “sem limites”, Há relatos de professores que já foram vitimas deles, por exemplo, arranhado seu carro, furando os pneus, danificando com chicletes, quebrando algo.
    Ah, é tanta acontecimento que se for relatar vou tomar muito seu tempo.
    Desculpe-me o desabafo o que eu gostaria de saber se tem como amenizar meu problema tipo bater de frente não faço mais, bater boca também não.
    Por favor, como posso proceder já que direção supervisão não acha outra saída para esses tipos de alunos que temos que enfrentar no decorrer das aulas!
    Grata
    Abraços,
    Eliana

    • Roseli Brito

      Eliana, não cabe a você lidar com esta situação sozinha, pois existem várias questões que não cabe a você resolver. Como esses alunos estão com idade avançada e geralmente estão frequentando as aulas a mando da justiça, então, com certeza a Escola/Família/Aluno deve ter de reportar-se a alguém no âmbito judicial, para prestar contas do desenvolvimento e comportamento destes alunos. Na comunidade , é o Conselho Tutelar que deve acompanhar esses casos e juntamente com a Família prestar contas à justiça, para que o Juiz possa fazer os ajustes na aplicação de novas sanções ou realizar novos encaminhamentos.

  • Edmaria Santana Nunes

    Depois que tenho recebido as dicas de vocês tenho visto algumas mudanças na minha sala, sei que ainda falta muita coisa mas tenho parendido muito.

    Um abraço Edmária

  • Janaina

    Ola a todos!

    As dicas são muito uteis e muito objetivas.

    Porem , no artigo acima discordo em aplicar sanções sem dar aviso: uma sala-de-aula emocionalmente estável necessita ser previsível; desta maneira, todos os alunos podem e devem saber as regras , os rotinas e as conseqüências de suas escolhas. Uma sala-de-aula onde o professor decide ‘no calor da hora’ qual vai ser a conseqüência do comportamento inapropriado, pode tornar-se um lugar instável para o aprendizado eficaz e convivência social saudavel.

    Um grande abraço!
    Janaina

    • Roseli Brito

      Janaina,

      Ao aplicar as consequências é preciso que ANTES do fato ocorrer, todas elas estejam claras para todos os alunos. É o que chamamos de “combinados” ou “Constituição da Classe”, ou ” Pacto da Sala”. Todas as vezes antes de aplicar as consequências o Professor deve sempre reportar-se a esses combinados. Outra forma é o Professor, antes de aplicar a consequência, perguntar para a turma, qual é a regra da sala para aquela determinada questão. Assim evita que o aluno direcione toda a sua ira para a figura do Professor e esclarece para o mesmo que todos conhecem as regras e sabem das consequências.

  • Jaciara Santos

    Já vi casos de aluno que perturba todos os dias e desobedece a qualquer ordem na escola seja do diretor, do professor e coordenador.
    É uma criança difícil, mas que não tem nenhum distúrbio de aprendizagem. O problema é indisciplina mesmo. Chamamos os reponsáveis que já não aguentavam mais os nossos chamados e nós também cansamos de tomar tal atitude visto que o comportamento do aluno piorava a cada dia. A gota d’água foi este aluno ficar a aula inteira batendo a porta, entrando e saindo e assobiando. Colocamos na diretoria, mas ele insistia em ficar em sala de aula com o mesmo comportamento. Então ficamos sem ter o que fazer? Não. Ameaçávamos de chamar o responsável novamente e ele não se importava. Dizia que não estava nem aí. A única solução a ser tomada foi comunicar à responsável e ao aluno que ele estava suspenso por um dia. Depois deste dia o comportamento dele melhorou um pouco. Mas sabemos que há outras atitudes e que é triste nos sentirmos impotentes diante de situações como esta. E ficamos nos perguntando de quem é a culpa. Do professor? Do responsável? As respostas só vem com o tempo.

  • Moacir Silva de Castro

    Olá!

    As dicas têm sido muito preciosas!

    Tenho usado-as nas reuniões de HTPC com os professores da escola que trabalho e temos feito boas reflexões em cima dos textos. Os frutos têm sido colhidos ao longo do desenvolvimento dos trabalhos.

    Um abraço e sucesso à todos e todas!

    Moacir

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