Livro Didático e sua utilização
Profa. Msc .Graziella Bernardi Zoboli
Os primeiros livros foram inventados pelo povo sumério, por volta do ano de 3.200 AC, quando começaram a escrever em pequenas tábuas feitas de argila. Foi na Mesopotâmia, atual Iraque. Os conteúdos eram, as leis, assuntos administrativos, religião, lendas e poesias.
A principal característica de um livro é que ele seja portátil. Portanto as escritas em pedras ou rochas não devem ser chamadas de livros.
Aos poucos o livro se tornou mais leve, pois surgiram outros materiais em sua confecção. Surgiu o papiro que era proveniente de uma planta egípcia e o couro de animais (pele de cabra, ovelha, etc. que deram origem ao pergaminho.
O pergaminho foi produzido na região de Pérgamo, atual Turquia. O rei egípcio, Ptolomeu V, de Alexandria, proibiu a exportação do papiro para Pérgamo, porque ele queria atrapalhar a competição entre as duas cidades, em relação ao fato de desejar que Alexandria tivesse a maior biblioteca do mundo, conhecido na época.
Nesse momento o livro tinha o formato de rolo ou volume. Eram folhas de pergaminho colocadas uma ao lado da, depois eram enroladas em dois bastões de madeira ou de marfim. Os leitores liam o pergaminho da mesma maneira que liam o papiro, pois iam desenrolando por um lado e enrolando pelo outro.
No século XII o papel chegou à Europa vindo da China, trazido pelos mercadores árabes. Assim mesmo, os livros continuaram sendo escritos, de forma manuscrita, pelos monges. O trabalho manuscrito de um livro poderá durar até um ano.
Somente em 1450, no século XV, mudou a produção de livros, com o surgimento da prensa e os tipos móveis, criada por Gutemberg. A primeira obra impressa com a prensa e os tipos móveis foi a Bíblia.
No Brasil os livros foram feitos a partir de 1808, com a vinda da família Real portuguesa para o Brasil, que trouxe uma máquina impressora.
Agora que já falamos um pouco do surgimento do livro, vamos para o livro didático e sua utilização na escola.
O livro didático tem como função auxiliar o professor em suas aulas e não deveria ser o único instrumento de ensino e aprendizagem.
A escolha do livro didático deverá ser cuidadosa, pois é um instrumento do professor que ajuda muito seu trabalho pedagógico. Ele não poderá ser o único material a ser utilizado na escola, portanto o trabalho do professor não deverá limitar-se somente ao conteúdo desse livro, que deverá ser utilizado como material de apoio. Deverá ser visto de forma crítica, assim sendo, o trabalho em sala de aula ficará mais enriquecido.
Os textos didáticos não podem ser os únicos recursos, os limites, pois o ensino deverá sempre partir das experiências e realidades vividas pelos alunos nos contextos em que vivem.
O livro didático deverá ser usado e explorado, durante todo o ano letivo. Também é um instrumento de segurança para o aluno se precisar se ausentar das aulas.
O professor deverá apresentar o livro didático, logo no início do ano, assim como, a forma que ele será utilizado. O aluno deverá aprender como utilizá-lo desde o índice, o seu conteúdo, mesmo que alguns capítulos não sejam utilizados pelo professor.
É importante que o professor adote um livro e os alunos deverão ser orientados a buscarem enriquecimento em bibliografias que poderão ser encontradas na biblioteca da escola. Lembrando que o professor deverá sempre se preocupar com o nível de desenvolvimento de seus alunos, para que a busca da ampliação dos conteúdos possa ser feita não só com eficiência mas também com eficácia.
Os livros são fontes valiosas de informações e o livro didático usado de forma adequada ira despertar nos alunos o gosto pela leitura e o hábito de estudar sozinho.
É preciso lembrar que os alunos tem diferentes formas e tempo para compreender e assimilar as informações. Quando o professor utiliza como recurso didático a aula expositiva, ele acaba exigindo que todos os alunos aprendam ao mesmo tempo. Se houver, também, o uso do livro didático o aproveitamento será maior ele estará respeitando o tempo de aprendizagem de cada aluno proporcionando um melhor aprendizado.
Existem vantagens na utilização do livro didático, vamos registrar algumas:
- traz assuntos complexos e os apresenta de modo simples e direto;
- propicia ao aluno a capacidade de ler;
- incentiva o estudo independente;
- auxilia a escrita correta das palavras;
- favorece a recapitulação das leituras;
- permite uma base de conhecimentos comuns nos alunos da mesma sala de aula;
- favorece a leitura posterior de um determinado assunto que despertou o interesse dos alunos;
- o livro didático pode ensinar aos alunos experiências que seriam muito difíceis de serem realizadas de forma direta.
É muito importante que o professor adote algumas atitudes antes de usar o livro didático. Há algumas recomendações que podemos registrar: a) fazer uma leitura especial de cada assunto ou tópico; b) verificar e assinalar se o livro apresenta erros de informação ou de escrita; c) Deixar bem claro os objetivos de sua aula; d) fazer o planejamento de atividades que auxiliam o aprendizado do assunto, ou seja, entrevistas, desenhos, dramatizações, histórias, poesias, músicas, exercícios, perguntas serem discutidas, estudos do meio, esquemas, relatórios, etc.
É fundamental, que o professor sempre prepare o assunto que irá desenvolver em sua aula, a seguir prepare seus alunos para a aula e, finalmente os alunos devem ler e trabalhar o assunto da aula.
Quando o professor decidir adotar um livro é necessário fazer uma análise, sendo importante os critérios de análise da forma e do conteúdo do mesmo.
Ao analisar um livro em sua forma é importante observa seu tamanho, a nitidez dos tipos e as linhas impressas, que devem atender ao desenvolvimento da capacidade de discriminação visual dos alunos. O professor também deverá observar as ilustrações do ponto de vista de sua adaptação ao texto ao qual pertencem. A cor do papel, sua espessura, o acabamento da capa, tendo em vista sua durabilidade, facilidade de manuseio e transporte. Também é importante ver o preço do livro em função da acessibilidade de sua compra.
A análise do livro didático deverá ser feita em relação ao seu conteúdo, sendo importante a verificação das informações que contém, as atividades sugeridas, verificando se são adequadas aos objetivos educacionais da proposta curricular e de acordo com os objetivos da escola, do curso e da matéria o disciplina escolar. Tendo a finalidade de desenvolver a capacidade criadora, a crítica e a análise dos assuntos, dando possibilidades de desenvolvimento de valores de convívio social, de cooperação, senso de responsabilidade, poder de ação e decisão. Todas as informações deverão ser concretas, atualizadas, em linguagem acessível e sempre interligadas com a vida real e as experiências de vida dos alunos.
Um outro critério importante é observar se o livro didático irá permitir a integração das áreas do currículo, com textos, que poderão também ser utilizados ao mesmo tempo pela demais áreas contempladas no projeto político e pedagógico da instituição de ensino.
Para finalizar esse pequeno estudo a respeito do livro didático, deixo algumas palavras, que devem estar sempre presentes na mente do professor: O livro didático nunca poderá ser o único meio de aprendizado dos alunos, como já se colocou acima, mas é fundamental que seja um dos interlocutores do professor acompanhado de outras fontes que são facilmente encontradas nas bibliotecas, no meio ambiente e nos instrumentos tecnológicos que permeiam nossa existência no terceiro milênio que nos apresenta e nos envolve com muitas transformações em nosso entorno.
Referências
Livros:
FARIA, A.L.G.de. Ideologia no livro didático. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 1984.
GOMIDE, M. de V. Aprendendo a estudar. Rio de Janeiro: Livro Técnico, 1978.
MATOS, F. G. e CARVALHO, N. Como avaliar o livro didático. São Paulo : Pioneira, 1984.
ZOBOLI, G. B. Práticas de Ensino: subsídios para a atividade docente. Rio de Janeiro: Wak, Editora, 2014.
Site: http://novescola.org.br/conteúdo/2547/quem-inventou-o-livro
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Texto de autoria da Profa. Msc. Graziella Bernardi Zoboli
Mestre em Educação, Supervisão e Currículo; Especialista em Psicopedagoga Institucional e Clínica, Bacharel e Licenciada em Pedagogia: Coach de professores e alunos; Escritora de livros e artigos para cursos de formação de professores; Criadora de projetos para cursos presenciais e à distancia, Produtora de materiais didáticos para cursos de educação à distância.