Erro n° 4: Uso da linguagem não verbal de forma inadequada

Ao lidarmos com  pessoas estamos todo o tempo nos comunicando com elas. Usamos palavras (linguagem verbal ) e usamos o nosso corpo (linguagem não verbal). É comum nosso silêncio e nossos gestos falarem mais que as nossas palavras. Dito isso, então é lógico afirmar que da mesma forma que usamos as palavras para elogiar, motivar, repreender, ensinar e ofender, a nossa linguagem não verbal também comunica tudo isso de forma explícita ou implícita.

Como Educadores e Gestores devemos dar mais atenção a esta questão e aqui vai a próxima dica:

Erro n° 4: Uso de Linguagem não verbal de forma inadequada

Quando duas pessoas estão conversando observe as palavras que são ditas e simultaneamente preste atenção aos gestos, movimentos do corpo, expressão facial, movimento das mãos e tom de voz. Você perceberá que a linguagem não verbal é muito reveladora, pois sendo destituída de disfarces, revela-se verdadeira e genuína.

Na sala de aula os nossos alunos estão com os olhos voltados para o que dizemos e fazemos, e geralmente as duas coisas são contraditórias. No início da minha carreira passei por muitos problemas com os Alunos, Pais e Coordenação porque eu usava de forma inadequada a minha linguagem corporal. Veja abaixo alguns exemplos de uso inadequado da linguagem não verbal.

– Linguagem não verbal inadequada com os Alunos:
. O Professor está corrigindo as tarefas em sua mesa, o aluno chega até o Professor e começa a relatar algo, o Professor, de cabeça baixa, ainda corrigindo as tarefas, responde que depois vai tomar providências, ou dá respostas evasivas e curtas.
Apesar de responder ao aluno, o que o Professor REALMENTE disse com a sua linguagem não verbal foi: Estou fazendo algo mais importante aqui e não posso parar e dar atenção a você agora.

Correção: Professor deve PARAR o que estiver fazendo e demonstrar ATENÇÃO, com as palavras, bem como com a linguagem não verbal.

– Linguagem não verbal inadequada com os Pais:
Na Reunião de Pais o Professor, com expressão facial neutra, com o tom de voz formal, entra na sala, pede que os Pais sentem-se dispostos em fileiras, e o Professor posiciona-se na frente de todos como se fosse iniciar uma aula. No momento de informar, individualmente, o rendimento de cada aluno o Professor chama cada Pai até sua mesa e o faz sentar-se em uma cadeira em frente a sua mesa.

Apesar do uso do tom educado e do discurso dito “ aberto” a colocação dos Pais, a linguagem não verbal apresentou uma série de obstáculos impedindo os Pais de expressarem abertamente tais como: expressão facial neutra do Professor, tom de voz formal que cria uma atmosfera fria, bem como a disposição das carteiras que reforçou a distância imposta.

Correção: Professor deve usar TOM DE VOZ informal, EXPRESSÃO FACIAL acolhedora de simpatia com sorriso, trazendo assim a LEVEZA necessária para esses momentos.

– Linguagem não verbal inadequada com a Coordenação:
É muito comum nas Reuniões Pedagógicas ou de Educação Continuada quando muitos Professores, infelizmente, sentem-se OBRIGADOS a participar, lá estão educadamente de corpo presente, porém a linguagem não verbal está “ gritando” o real sentimento daquele momento quando:

. O Professor “ suspira” e “ bufa” , revira os olhos em desacordo com algo, meneia a cabeça, olha para o colega do lado franze a testa e dá um meio sorriso de zombaria e descaso e por aí vai.

Muitos não acreditam nesses encontros e treinamentos, e por esta razão mostram o seu real descontentamento por meio da linguagem corporal, mas não pense que a Coordenação não está vendo isso, aprendi às duras penas que esses comportamentos só fazem com que as barreiras da comunicação sejam mais altas e cada vez mais difíceis de derrubar e que inevitavelmente prejudica a parte mais fraca: o Professor.

Nossas emoções é que ditam a nossa linguagem não verbal, é por esta razão que temos de aprender a controlá-las, discipliná-las, caso contrário seremos vítimas de nós mesmos.

Como Educadores também temos de ensinar isso aos nossos alunos. Os nossos alunos “copiam” ou “modelam” comportamentos de outras pessoas tais como: amigos mais descolados, os pais, ídolos da TV e também dos Professores. Muitos desses comportamentos são incorretos e precisam ser consertados.

Muitas vezes, dentro da sala de aula, ou nos espaços da Escola, vemos alunos que usando de uma sagacidade, respondem educadamente, porém a sua linguagem verbal revela grosseria, ironia, descaso e desrespeito. Enquanto Educadores procuramos corrigir a “ fala” do aluno, e as grosserias veladas ou explícitas ? Passam sem correção, e eles sabem disso.

Afinal se ao repreender um aluno, ele silenciosamente ouve tudo o que o Professor está dizendo, porém a sua linguagem não verbal é de afronta e desrespeito, em tese ele não disse nada ofensivo ao Professor, e por esta razão não será corrigido por isto.

Por isso a minha dica de hoje é: reveja sua linguagem não verbal e corrija-a, depois trabalhe esta questão com os seus alunos e procure ensiná-los a lidar com suas emoções corrigindo-os se for preciso.

Você tem mais dicas de como fazer isso? Então aguardo seus comentários no blog !!

botao-anteriorbotao-proximo

Roseli Brito: Pedagoga, Psicopedagoga, Neuroeducadora, Educadora Financeira

51 Comentários

  • Rosilene

    Achei excelente a dica. Devemos nos preocupar com a expressão corporal sim. Até mesmo na criação de filhos adolescentes , tenho notado que ao lidar com minha filha, se uso expressões mais fraternas consigo com que ela aceite as orientações , mas se ela percebe o contrário ai fica difícil.
    Grata

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *