Alunos Retidos

Alunos RetidosALUNOS RETIDOS

 

Chega o fim do ano e com ele as provas do 4º. e último bimestre. Para muitos Professores e Coordenadores este é um período muito delicado e cheio de angústia, pois a eles caberão a difícil tarefa de informar aos Pais a reprovação de alguns alunos.

As Reuniões de Pais para a apresentação   da nota  final são sempre carregadas de muita tensão e bate boca, pois neste momento os Pais querem saber porque o Professor reprovou o aluno, porque o Professor deu nota  vermelha.

Geralmente estas colocações são feitas por aqueles Pais que raramente ou quase nunca compareceram as Reuniões durante o ano letivo, que nunca procuraram saber do desenvolvimento escolar do filho, e que muito menos se preocuparam em  tomar ou acatar as  providências que foram  solicitadas.

No  outro lado tem também o aluno, que por si só é um caso a parte, pois são vários os fatores que podem contribuir ou até mesmo  ocasionar a reprovação do aluno.

Em alguns Estados temos a aprovação automática, pois  não importa o nível de aprendizado do aluno ele será aprovado. Nas Escolas particulares, os Pais querem que os filhos sejam aprovados de qualquer jeito, pois estão pagando e não querem perder o investimento de um ano inteiro, por esta razão acham que a Escola deve dar conta de garantir a aprovação.

Tanto em Escolas Particulares quanto em Escolas Públicas, há sempre aqueles  Pais que não admitem que o filho reprove.  Esses são os Pais que entram com recursos, vão até a Diretoria de Ensino, Secretaria de Educação, abrem processo para que o filho seja aprovado de qualquer maneira, nem que para isso tenham que execrar o Professor da face da terra.

Os Pais, bem como os Professores, devem analisar e avaliar qual foi o papel de cada um neste processo. A reprovação não acontece no 1º. Bimestre, porém ela dá indícios claros de que algo não vai bem.  A família está acompanhando ? o aluno está dedicando-se? o Professor e Gestor estão gerenciando de modo efetivo o processo de ensino e aprendizagem ? existem  outros fatores que estão atrapalhando o bom andamento deste processo ?

Em alguns casos a “ indisciplina” de determinados alunos mascaram o problema real. Será que esse aluno apresenta necessidade especial? Será que tem TDAH ? será que apresenta problemas no processamento auditivo ?

Em São Paulo, temos a  Deliberação CEE 11/96 que garante aos Pais o direito , em caso de reprovação do filho, de recorrer do resultado. Na maioria das vezes os Pais conseguem anular a reprovação, já que muitos Professores não conseguem justificar os motivos e nem mesmo as intervenções aplicadas durante o processo.

Por todas estas razões é de extrema importância o Gerenciamento Pedagógico de todo o processo de ensino e aprendizagem, Professores e Gestores devem monitorar de perto, aluno por aluno durante todo o ano, provendo o ambiente, materiais, recursos, estratégias e intervenções necessárias para que as metas sejam atingidas e ocorra o aprendizado, bem como realizar o registro contínuo  de tudo e   notificar à Família. Transparência e organização é primordial.

Sabemos que quando a reprovação ocorre é responsabilidade de todos os envolvidos no processo: Pais, alunos, Professores, Gestores.  Infelizmente, nesta hora para os Pais só interessa colocar a culpa em alguém,  e esse alguém nunca é ele ou o filho.  E você o que acha ?

Roseli Brito

Pedagoga – Psicopedagoga
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Roseli Brito: Pedagoga, Psicopedagoga, Neuroeducadora, Educadora Financeira

28 Comentários

  • oliveira

    é difícil, encontrar o culpado,acredito que é preciso o compromisso de se co-responsabilizar pelos filhos,alunos enfim a comunidade escolar deve se unir aos pais mostrando a importância de acompanhar o processo ensino aprendizagem.

  • Doralice Bispo

    É fácil colocar a culpa em alguém principalmente no professor.No Povoado Passagem de Pedra onde trabalho a maioria dos pais não se interessam pelo aprendizado dos filhos, não aparecem em reuniões e muitas vezes em horário oposto vou até a casa deles explicar a situação do filho e eles não dão a mínima. Diante de tal situação imediatamente faço um relato dessa visita e peço que o mesmo assine pois preciso provar que fui à procura deles para juntos chegarmos a uma solução e simplesmente não tive apoio e ao chegar no final do ano reprovo numa boa.

  • Odete Rocha

    Enquanto houver professores é viável dizer que a culpa é deles, mesmo que eles não saibam lidar com a falta de comprometimento dos pais e com isso falta comprometimento dos filhos, pois não foi ensinado em casa.
    Como a gestão familiar não funciona ao contento, a gestão escolar com todos os seus aparatos: acompanhamento, Portfólio, reunião com os pais,só comparecem aqueles que menos precisamos,por mais que faça não tem o resultado viável.
    Os gestores familiares só tem duas preocupações:matricular e receber resultado. A 3ª é de acordo ao tipo de resulta, caso seja negativo, os professores recebem uma avalanche de perguntas que deveriam ser feitas ao decorrer do ano letivo, porém como os responsáveis não possuem tempo para esse acompanhamento, resta a reprovação e a culpa nos professores.
    O aluno é considerado um tripé, entretanto Para que ele adquira equilíbrio é necessário a participação de três setores fundamentais na sua vida escolar: Família,ele,escola. Nesse contexto a ação e reação funciona fazendo com que a reprovação seja inexistente.

  • Maria do Carmo

    Uma escola boa é aquela que não reprova aluno,pois o seu objetivo é a inclusão.A escola só e boa se o aluno aprende e permanece nela.Para que isso ocorra é necessário AÇAO,REFLEXÃO,AÇÃO,de ambos,pois nessa dinâmica de interatividade,a reprovação fica longe.

  • Thais

    Acho que enquanto o Estado tratar a educação com desdem, tratar o professor como um “burro de carga”, enquanto os pais simplesmente ignorarem os avisos e comunicados que nós professores damos a eles em relação às notas e desenvolvimento de seus filhos, não resolveremos os problema da retenção. Infelizmente um acumulo de problemas causam esse mal.

  • Juci

    Estou passando por um momento delicado como este, trabalho ocm alfabetização e desde o início comunica a secretaria e coordenação da deficiência de aprendizagem de três alunos, segundo eles eu deveria fazer um relatório que chamariam os pais, só que só faziam isso com as notas das provas em mãos, nesse caso não obtive respostas nem orientação ou mesmo ajudae hoje com a reprovação dos alunos a direção e coorenação culpou única e exclusivamente a mim, não estou me eximindo de culpa tenho minha parcela afinal são meus alunos , mas como não tive liberdade de proceder da minha maneira e nem orientação para tal e uma vez que sempre mantive a pare interessada ciente, creio que todos temos nossa parcela de culpa uma vez que um dos alunos necessitava de acompanhamento psicológio, uma aluna sofria de uma doença hereditária e a terceira aluna embora esforçada esquecia das coisas com facilidade, escutei poucas e boas da diretoria e de uma coordenadora que entrou agora no fim do ano e nem ao menos procurou estar a par da situação.

  • joselita

    O que acredito ser pior é o sentimento de impotência por que passa o professor ao ter que aprovar o aluno sem condições por medo de morrer…É hoje alguns sofrem este poder coercitivo.

  • Célia Mesquita

    Acredito que a reprovação não contribui para o crescimento, pois ninguém nasce sabendo, é treinando,desenvolvendo que vamos aprendendo,crescendo, assim sendo, reter um aluno é bloquear, atrasar esse crescimento e desenvolvimento da aprendizagem.

  • Célia Benta

    Reprovar é uma tarefa ádua,mas quando o aluno não consegue alcançar o objetivo ,não consegue está nível desejado penso que é a melhor opção ,embora a reprovação possa também frustar o aluno.E todos que estão envolvidos no processo tem uma parcela de culpa o professor que talvez não conseguiu perceber que sua metodologia pecisava ser modificada, pais que não participou da vida escolar do aluno,aluno que não se esforçou ,questionou o professor.

  • geralda maria

    É o que vemos de fato nas escolas . Primeiro os pais deixam matriculados seus filhos e não fazem o acompanhamento devido, ou seja, não assumem o seu compromisso de família com a escola.Na maioria dos casos, o pai de escola pública chega ao final do ano letivo sem mesmo conhecer os professores de seu filho, porém se este sai reprovado aí aparece os “responsáveis” fazendo cobrança.Não querem entender que para existir bons resultados é preciso que haja a participação do grupo de pessoas que fazem aquela escola, e que um dos principais deste grupo é a família, pois, se o aluno é faltoso, indisciplinado, que não cumpre com suas tarefas e aí? Como se faz com esse aluno sem conhecermos a família para que possamos trabalhar em parceria e fazer as mudanças acontecerem?

  • Tania Regina

    Como bem foi relatado no artigo, não existe um único culpado,pois os pais alunos e o corpo escolar devem caminhar em sintonia.Os pais por sua vez devem acompanhar de perto todo desenvolvimento de seu filho no decorrer no ano letivo e não apenas na etapa final,o que evita um desgaste de necessário a procura de culpados.

  • Cristhiane Neves Guimarães Castro

    Realmente o nosso problema está totalmente relatado neste artigo. Acredito que o que devemos fazer é estarmos cada vez mais informados e juntos, e com isso munidos de argumentação, pelo menos tentar mostrar esta realidade para os pais e para as autoridades competentes que somente cobram da escola e dos professores. Mas também defendo o lado de tentar recuperar este aluno, mesmo sem o apoio dos pais ou de qualquer outra pessoa da comunidade escolar, pois o nosso planeta depende de todos nós e é nele que nossos “filhos(as)” irão viver. Além de ensinar a ler, interpretar e calcular, devemos ensinar nossos alunos a viverem, o que torna a convivência muito mais fácil e produtiva em termos de aprendizagem.

  • Debora Cezar

    No nosso Município, a repetência dá-se devido à falta de perspectiva de inserção no mundo de trabalho, onde, a maioria dos alunos são arrimo de família e por ser uma comunidade carente, deixam de estudar para trabalhar.

  • Luciano Santana Almeida

    Caro colegas! No final do ano letivo muitos pais que não pisaram seus pés na escola, passam a ir a escola para fazer cobranças dos professores, os quais eles não fizeram durante o ano letivo o papel de acompanhar seu filhos na escola dando a ele a obrigação de estudar e passar de série direto,e não fazer interrogações aos professsores o por que da reprovação de seu filho. Os Pais estão transferindo uma responsabilidade que não é nossa.
    abraços a todos os colegas : Luciano!!

  • ednalva ferreira

    O problema de reprovação é algo que marca para o resto da vida. Muitos alunos que já vem com problemas de alfabetização desde o inicio de sua vida de estudante, e muitas vezes não se faz um trabalho para recuperá-lo, pode cair no desalento da repetição e às vezes é marcado por professores o resto da vida que só faz com que este continue marginalizado.
    Acredito que se lhe for dada uma oportunidade e fizer um trabalho voltado para a sua dificuldade, creio que a sua auto estima é aumentada, podendo assim resolver o problema da repetencia.

  • rosangela santos zangerolame

    Realmente, está a fase mais crítica da Educação, o final de ano, alunos retidos, pais inconformados, mas justamente estes pais são os que não compareceram na Escola durante o ano, nas reuniões, ou quando chamados para esclarecimentos. É constrangedor ver pais querendo achar o culpado pelas notas baixas do filhos, mas não sei agem assim por não querer admitir sua omissão, ou medo de mais um ano perdido, a difícil tarefa fica por conta da Direção e Supervisão, a cada ano ao invés de termos mais famílias esclarecidas e interessadas, temos pais omissos, professores desanimados pois lutam o ano inteiro, por um aluno que não é comprometido e sabe que sairá ileso, pois a família sempre acredita que o professor é culpado do insucesso do aluno.

  • Jusemagna Lima

    O tema é bem oportuno pois está findando-se mais um ano letivo e como sempre as problemáticas da reprovação e aprovação estão em alta .É preciso criar-se um consenso entre pais, alunos, professores e coordenação, onde todos estão envolvidos no processo ensino aprendizagem e depende de todos a reprovação ou a aprovação do aluno.

  • NEIVA SANTOS

    A avaliação é contínua e processual,acontece deste o primeiro dia de aula, por tanto, cabe a escola e os pais acompanhar o desempenho do aluno durante todo o ano letivo, através do conselho de classe por unidade, pode-se detectar os aspectos atitudinais,práticos e cognitivos do aluno, para assim realizar um intervenção pedagógica na construção do conhecimento.Diante de tal intervenção torna-se possível evitar uma provável reprovação no final do ano.Contudo, é preciso se firmar uma parceria entre escolaXfamília.

  • Sandra do Carmo

    O problema da reprovação é algo desalentador tanto para os pais quanto para os alunos. Mas é necessário um momento de reflexão. É preciso parar, refletir e analisar em que se errou, por que o aluno não aprendeu, qual é a dificuldade que o aluno e professor apresenta em seu dia-a-dia, por que os pais se ausentam tanto da vida escolar de seus filhos e não dão assistência quando solicitados… e tantos outros entraves que atrapalham a vida do aluno.

  • Nely Ladeira

    No início do ano letivo a escola deveria ter um trabalho efetivo com a família, esclarecendo todas as dúvidas com a comunidade escolar, seria um trabalho de prevenção, pois com a chegado do final de ano, inicia o desespero da reprovação. gerando em muitos casos a violência entre pais e filhos.

  • Cláudia Maria Damasceno

    Infelizmente,os sistemas de avaliações implantado nas escolas não são 100% eficientes e nem todos alunos são excelentes em todas as disciplinas e contam com o apoio de todos os envolvidos no processo de educação. Um trabalho conjunto melhora resultados, mas a reprovação também serve para uma reflexão do aluno e não a considero como uma punição, mas como uma oportunidade de rever ações e conteúdos de formas diferentes. Abraços a todos os colegas da Educação.

  • Elza Maria Lana Leite Fonseca

    A escola precisa, desde o início do ano letivo, fazer um trabalho em parceria com a família. É difícil, com certeza, mas precisa acontecer para que a situação apresentada no texto não aconteça.
    Infelizmente, na maioria das vezes, percebemos que a realidade é justamente a que o texto nos apresenta. Mas já passou da hora da escola e da família tomaram consciência de suas responsabilidades e trabalharem juntas em benefício de seus filhos e alunos.

  • Eliane Aparecida Furtado Ferreira

    Nós professores temos a obrigação de avaliar atentamente. E com isso, mostrar aos pais, desde o início,inclusive o resultado da avaliação diagnóstica no início do ano letivo , o desenvolvimento escolar de seus filhos de maneira sequencial (progressos e dificuldades). Mostrar aos pais também que, apesar das dificuldades de seu filho, estamos tomando providências, com recuperações paralelas e trabalhos voltados para sanar essas dificuldades. E, deixar claro que, também precisamos da ajuda da família nesse processo, pois nem tudo está em nossas mãos! Mas, somos profissionais da educação e a última coisa que queremos é uma retenção, caso seja necessário, que ela seja para ajudar o aluno e não para “atrasá-lo”.

  • Osimara Barros

    Estou nesse momento delicado, é minha primeira experiência em sala de aula e entrei em setembro, quando a professora saiu de licença. A direção quer que facilite nas provas para ter o mínimo de reprovação e vejo muitos alunos que não acompanham o andamento das aula, principalmente pela indisciplina. Vou tentar fazer o que puder, mas não vou aprovar um aluno que no 3º ano do fundamental I, não consegue resolver um problema. Sinto-me pressionada por pais e gestão, mas seguirei o que penso ser correto.

  • Iaraci da Oaixão Freire de Lima

    A atenção qúe muitos pais têm com seus filhos é no dia da matrícula e no dia do resultado final, muitos professores só conhecem os pais desses alunos quando vão em busca de resultados coisa que não fizeram durante as reuniões por nunca terem tempo, ou interesse nenhum e quando veem o resultado ficam nervosos querendo saber o por quê, quantas vezes eles foram chamados para uma conversa e nunca apareciam? Nem percebiam que seus filho(a) não realizavam atividades de casa. Por não questionar e olhar a mochila? Perguntar como foi o dia do filho? Mostrar interesse e amor.

  • Carla Samali

    È de suma importância nós professores estarmos atentos a todo momento com o nosso papel de educador. Não é um tarefa fácil, pois sabemos que nem sempre somos valorizados, mais temos que ter compromisso e dedicação com a nossa carreira.Muitos pais não acompanham seus filhos e no final do ano letivo sempre vem as cobranças com os resultados finais. Temos de ser profissinais comprometidos para saber lidar com determinadas situações.

  • Genivaldo

    A reprovação é um fator puramente delicado. Digo delicado pelo fato de que a escola e a família devem caminhar juntas no processo ensino/aprendizagem.
    A escola, no seu contexto, está relacionada à fatores tais como: social, político, econômico e religioso. Quando observamos esses elementos, percebemos que a reprovação ou aprovação estara ligada ao processo em que os mesmos são trabalhados no ambiente escolar. Trabalhar em parceria seria a melhor hipótese para que a educação seja efetiva.
    Cabe a escola relacionar esses fatores no seu processo; é preciso que as ações desenvolvidas (apresentadas) no PPP esteja a favor do desempenho educacional e que a aprendizagem do aluno seja vista como elemento essencial no processo educacional.

  • SIMONE COSTA

    Realmente a culpa é nossa. Mas enquanto escola a organização dirá quem foi o que mais se preocupou e realizou tentativas de auxiliar o aluno em seu processo de desenvolvimento.Ao chamar os pais, registrar, ao encaminhar o aluno para diagnóstico específicos, registrar, ao cobrar dos pais acompanhamento e/ou retorno do diagnóstico, registrar, ao sugerir procedimentos viáveis aos professores, registrar. Enfim, munidos dos registros e acompanhamentos, temos um portfólio dos alunos e saberemos no dia-a-dia o que estamos fazendo em nossa função de especialistas.

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